A Carta da Terra e seus 16 princípios éticos para a construção de uma sociedade global sustentável

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Novo relacionamento pessoas-mundo - national geographic

Um dos grandes desafios da humanidade é construir uma cidadania planetária, uma sociedade global. Para isso, nós, os 6 bilhões de pessoas, precisamos combinar algumas regras de convivência. A construção de um novo relacionamento com o planeta depende desta união, de cooperação e de um possível consenso. Precisamos de uma ética global. A carta da terra é uma proposta, ainda em construção, desta possível ética. Ela contém 16 princípios norteadores para a construção de sociedades sustentáveis.

“A Carta da Terra está concebida como uma declaração de princípios éticos fundamentais e como um roteiro prático de significado duradouro, amplamente compartido por todos os povos […] A Carta da Terra será utilizada como um código universal de conduta para guiar os povos e as nações na direção de um futuro sustentável” (SECRETARIA INTERNACIONAL DEL PROYECTO CARTA DE LA TIERRA).


A Carta foi escrita por importantes lideranças de todos os continentes do planeta. Nela, temos a presença de dois brasileiros: Leonardo Boff, iluminado filósofo e teólogo, que tem dedicado seu trabalho em prol deste novo projeto da humanidade. E o segundo é o Paulo Freire. A carta o homenageia e reconhece sua dedicação em prol da construção de um mundo mais justo. Certa vez, ele disse: “Quero ser lembrado como alguém que amou os homens, as mulheres, as plantas, os animais, os rios, a Terra”


Há uma forte esperança de que somos capazes de construir um futuro bem melhor do que o presente. Somos, de certa forma, privilegiados, pois podemos ser parte desta importante transição. As gerações futuras poderão nos reconhecer como os precursores de uma grande guinada que a humanidade deu em prol de um saudável relacionamento com o mundo.

“A Carta da Terra parte de uma visão ética integradora e holística. Considera as interdependências entre pobreza, degradação ambiental, injustiça social, conflitos étnicos, paz, democracia, ética e crise espiritual. Ela representa um grito de urgência face às ameaças que pesam sobre a biosfera e sobre o projeto planetário humano e também um libelo em favor da esperança e de um futuro comum da Terra e da humanidade” (LEONARDO BOFF).


A profunda compreensão de suas propostas contribui para que as pessoas caminhem em direção a uma mudança interna e adquiram um novo entendimento sobre a vida. Com base nestes argumentos, ainda em construção, as pessoas tendem a sair da inércia e se movimentar em direção à mudança na forma que se relacionam com seu entorno. Afinal, é preciso reconhecer que a Carta da Terra apenas aponta caminhos para a construção da sustentabilidade. O desafio agora é colocá-la em prática, o que já está acontecendo, mas de forma bem tímida. Ela já tem sido aplicada em empresas, escolas, comunidades, lares, igrejas, etc. Este é um aspecto que precisamos ter a maior atenção: seus 16 princípios precisam ser inventados no contexto de cada pessoa, por cada pessoa.

O texto da Carta da Terra

– O filme Carta da Terra narrado por Leonardo Boff.

Também é possível conhecer um pouco mais sobre a Carta e suas ações práticas nos sites www.cartadaterrabrasil.org e www.earthcharterinaction.org.

– Júlio Resende –

25 pensamentos sobre “A Carta da Terra e seus 16 princípios éticos para a construção de uma sociedade global sustentável

  1. Podemos concluir que este documento nasceu como resposta às ameaças que pesam sobre o planeta como um todo e como forma de se pensar articuladamente os muitos problemas ecológico-sociais, tendo como referência central a Terra.

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  2. Caro Júlio,

    Penso que o principal problema para uma compreensão individual da necessidade de uma nova postura, esteja no contexto em que vivemos.

    A necessidade é de uma nova direção, que nos distancie do caos e da doença da sociedade.

    Mas uma força maior (consumismo/individualidade gerada pelo capitalismo) impede que as pessoas consigam refletir de forma coerente com essa busca que precisamos fazer.

    Será que acordaremos a tempo?

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    • Fabião,

      É exatamente a compreensão de que estamos doentes e que nossa bolinha de gude também é que está nos fazendo refletir sobre a necessidade de construir um outro futuro. Mesmo com a pressão da mídia em prol do consumo, as pessoas estão, aos poucos, acordando e se movendo em direção a uma nova proposta. Acho que vai dar tempo sim.

      Acho também que devemos tornar mais intenso o debate, a criatividade, a comunicação e a cooperação.

      abraço,

      julio

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  3. Olá bom dia, acredido que o ponto principal é a implantaçao do Código Universal de Conduta para guia os povos, aprofundar mais e exercitar os circulos restaurativos, como o proprio nome aponta, e´um encontro para restaurar relações, um modo de resolver conflitos por meio do diálogo, em que as pessoas envolvidas chegaram a acordos definidos em conjunto, com apoio de um professor ( PMC professor mediado comunitário).O circulo não se destina a apontar culpados ou vítimas , mem busca o paredão e a reconciliação, mas a percepção de que nossas ações nos afetam aos outros, e que somos responsaveis por seus efeitos.
    Exemplo do circulo restauraivo: ator do fato, receptor do fato, comunidade e cordenadores ….

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  4. – Primeiramente não devemos aceitar os assuntos de imediato. Temos que abrir nossos olhos, e vermos o que estar por traz do sistema da “NOM” – Nova Ordem Mundial. O certo é pesquisar os “DEZ MANDAMENTO DAS PEDRAS GUIAS DA GEORGIA”; onde engloba a CARTA DA TERRA, e principalmente o “primeiro mandamento”. que diz: REDUZIR A POPULAÇÃO ABAIXO DE 500.000.000 DE HABITANTES. A í se pergunta: Essa tal de “CARTA DA TERRA” vale-rá à pena? O sistema; a midia em fim, está mascarando a VERDADE!. A cordem! e que DEUS tenha misericordia de nós.

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